Assim denomino a minha última visita à Capital. Tal e qual um provinciano quando chega à “cidade grande” , assim me senti no dia 9 de Julho pelas 18h30min após a minha chegada a Lisboa. Desde autocarro, metro, umas dezenas largas de aviões, que descolavam e aterravam, aeroporto, torres Vasco da Gama, Estação do Oriente, uma quantidade exacerbada de carros, motas, pessoas, correrias, azáfama, enfim, uma parafernália de coisas, umas interessantes, sem dúvida, outras chatas, aborrecidas e completamente descabidas.
A minha deslocação a Lisboa tinha um motivo, ida ao Super Bock Super Rock ver o concerto da GIGANTE, ENORME e COLOSSAL banda, Iron Maiden, mas para atingir esse objectivo, chamamos-lhe assim, tive de ultrapassar diversas etapas, confesso que um pouco nervoso, com medo de defraudar as expectativas dos meus entes mais queridos, mas no fim dando nota a mim próprio, passei com distinção.
Ora falando então de coisas que realmente importam. O Concerto. Quase duas horas de verdadeiro Heavy Metal interpretado genialmente, por aquilo que chamo de fórmula de sucesso. 3 Guitarras que só faltava falarem. Um Baixo tocado a oxigénio (Ramon tu percebes). Uma Bateria tocada com uma calma, uma perfeição, uma delicadeza exacerbante, para vocês perceberem melhor, nem a minha mãe cuida dos pratos que pertencem ao serviço do enxoval de casamento, tão bem, quanto aquele senhor batia nas peles e pratos daquela gigantesca bateria. Por fim, o Vocalista, um senhor, piloto de aviões comerciais, ele próprio, aos comandos do seu belo avião, transporta a sua banda nas digressões, e já habituado a isso, suporta também os outros 5 “meninos” em palco. Dono de uma voz colossal e arrepiante, já com algumas falhas provenientes da idade, podemos dizer que é o verdadeiro animal de palco, um pequeno senão, algumas danças tipo Iran Costa eram escusadas.
O público constituído por aquilo que podemos chamar de, aglomerado de pessoas dos 8 aos 80, correspondeu às expectativas da banda e foi rara a música em que não houvesse coro por parte daqueles 30mil espectadores. Pensam que foi só isto?!
Não meus amigos, houve ainda muito mais, não me quero alongar, vou me cingir ao essencial. Desde luzes, fogo, foguetes, telas gigantes, cenários brutais com sarcófagos, múmias e esfinges, bonecos (Eddie, mascote da banda) em pleno movimento, a figura do Diabo que apareceu durante a interpretação de um dos hits «Number of the Beast» etc...Acho que percebem, mais ou menos, o porquê de eu dizer que foi sem dúvida o concerto da minha vida.
Pronto assim termino, acho que já chega de tanta letra junta, foi mais ou menos isto a minha viagem à Capital.
Nota:
Uma grande salva de palmas para um dos concertos da noite, Tara Perdida, sem dúvida que o punk hardcore português tem bons interpretes, umas dez ou vinte salvas de palmas para o “rápido” baterista desta banda, aquilo sim é qualidade e velocidade.
Dois pequenos pontos negativos, o vento que se fez sentir dificultou, para os mais atentos, a percepção completa e definida do som de cada banda. Os australianos Rosee Tatoo têm talento, mas só conseguem ter uma casa cheia quando o público-alvo for constituído maioritariamente por motoqueiros.